Saturday, October 07, 2006

E a Cicarelli, hein?


Saiu na Folha de S.Paulo de hoje, na coluna do Daniel Castro: Daniela Cicarelli recebeu proposta da Record para apresentar um programa de variedades e namoro. Ela ainda não respondeu. Que coisa curiosa é o showbizz, não? O que em tese poderia causar uma série de problemas ( perda de contratos de publicidade, danos à imagem etc), foi a senha para impulsionar ainda mais uma carreira - dias atrás ela foi a sensação do VMB (Video Music Brasil), da MTV, que deitou e rolou no sucesso do vídeo que varreu a internet.

Por falar nas cenas picantes de Cicarelli com o namorado, recomendo a leitura de um artigo de Gilberto Alves Jr., sócio diretor da Desta.ca, empresa de web 2.0. O texto foi publicado no site Webinsider. Eis o texto:



Mídia interativa - Comportamento - Web 2.0

O que o vídeo com Daniela Cicarelli tem a nos dizer

21 de setembro de 2006, 21:09

Quando se dá poder aos usuários, é difícil tirá-lo. Não adiantou os moderadores do YouTube tirarem os primeiros vídeos postados porque dezenas de outros foram adicionados em seguida.

Por Gilberto Alves Jr.

Eu vi o vídeo da Cicarelli na praia com o namorado. Quem não viu? Começou com apenas uns beijinhos, destes inocentes. No início eu pensava que talvez o vídeo não fosse pior do que uma cena de novela, daquelas que vão ao ar antes das 11 da noite.

Mas a coisa foi esquentando, os amassos entre a Cicarelli e o seu namorado Tato foram ficando mais picantes até que o vídeo virou praticamente um filme erótico, cru, sem a glamourização dos filmes profissionais, mas com um aspecto voyeur que fez a internet brasileira se arrepiar.

Uma internet, uma comunidade

O primeiro fato que chama atenção neste caso é a existência da internet como unidade, como uma comunidade coesa de pessoas. Poderíamos dizer que a internet brasileira toda viu o vídeo da Cicarelli?

É interessante pensar que existe uma internet brasileira, uma comunidade que está unida pelos cordões umbilicais que são os blogs, as comunidades no orkut, os e-mails, os messengers, os chats, etc., e que um conteúdo muito interessante será visto por toda essa comunidade, ou pelo menos boa parte dela.

Não tenho métricas sobre o vídeo da Cicarelli, mas sei que quatro entre as cinco notícias mais lidas ontem no site da Folha de São Paulo eram sobre esse assunto.

Marketing de comunidade


Para entender o que é o marketing viral, em vez de olhar a coisa pelo ponto de vista de propagação da informação, talvez seja melhor entender o fenômeno social que leva a informação a ser propagada tão rapidamente. Vendo assim, chamaríamos isso de marketing de comunidade, em vez de marketing viral.

O marketing de comunidade transcende um pouco a idéia do viral. Além de ser uma estratégia de comunicação na qual a mensagem deve ser distribuída livremente pelos usuários, leva em consideração que a internet é uma comunidade, ou uma comunidade de comunidades. Então o campo de ação passa a ser mais amplo.

Entender as comunidades que existem na web e como elas reagem e interagem é muito mais importante para uma ação que pretende ser “viral” do que apenas reconhecer o fato de que a propagação da mensagem será exponencial (daí o nome viral, porque o vírus também se propaga assim).

Isso significa entender do que as pessoas realmente gostam e dar poder à comunidade, para que ela interaja entre si em torno da marca. O fator social, antropológico mesmo, em relação à forma como as pessoas se relacionam e se comportam na internet é fundamental para esta nova geração da comunicação.

Aquele que aprender a controlar o efeito Cicarelli, o modo como a comunidade interage entre si e em relação ao conteúdo e as marcas será o mestre desta nova era da comunicação.

Voltando à Cicarelli: sobre o conteúdo (e que conteúdo!)

O efeito Cicarelli também nos faz pensar sobre o conteúdo na web 2.0. Quando você dá poder aos usuários, é difícil tirá-lo. Não adiantou os supostos moderadores do YouTube tirarem os primeiros vídeos postados porque dezenas de outros foram postados e vistos centenas (se não milhares) de vezes antes que o moderador pudesse barrar.

Se os vídeos precisassem ser pré-aprovados, não haveria YouTube, porque seria impossível moderar tantos vídeos. Por outro lado, se o próprio usuário faz, modera e classifica o conteúdo, como acontece em tantos sites web 2.0, será impossível conter um tsunami como foi este vídeo da Cicarelli, por mais condenável, anti-ético e contra os termos de uso que seja.

Este é um risco que a nova internet irá correr, porque no meio de um monte de gente legal sempre tem um bobão que vai fazer algo que não era exatamente o propósito original do site.

Mas nós continuamos crendo na doutrina do Sr. Linus, que rege a comunidade de software livre: se muita gente está olhando, todos os erros serão corrigidos. Sempre haverá muito mais gente para barrar o conteúdo inapropriado do que pessoas postando este tipo de coisa.

Assim, entender, controlar, e suprir as necessidades das comunidades, de diversas formas e para diversos propósitos me parece ser a galinha dos ovos de ouro desta nova geração. [Webinsider]

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